André Oliveira

Filho de alfaiate e mãe costureira, quando criança, as condições em casa nem sempre foram muito boas. Mesmo que com uma mente muito infantil, eu sempre quis ajudar em casa de alguma forma. Foi então que pensei em um tipo de negócio aos 10 anos: a venda de geladinhos. Junto com meu irmão mais novo, que hoje é meu sócio, íamos de porta em porta depois da escola para vender nossa produção. Não voltávamos embora enquanto não vendíamos tudo.

Um dos desejos de minha mãe era ter uma jarra de suco com alguns copos bonitos. Ouvindo isso, eu e meu irmão começamos a colocar metas para comprar e dar de presente a ela. Começamos a pesquisar valores, fazer um planejamento, a economizar e nos empenhamos para tentar vender cada vez mais. Quando finalmente conseguimos presenteá-la, foi um momento muito emocionante, e esse acontecimento me marcou muito.

O tempo passou, eu cresci sendo motivado, com força de vontade e sempre com um espírito empreendedor. Trabalhei como ajudante do meu pai como alfaiate, e me lembro bem de uma frase que ele referia a mim com bastante frequência: “Meu filho, trabalhe para você!”. Esses detalhes foram me formando como o homem que sou hoje. Os valores, eles são muito importantes!

O meu primeiro emprego foi como armeiro, aos 14 anos. Três anos mais tarde, fui trabalhar como office boy em uma farmácia e foi lá que eu comecei a vislumbrar um futuro na empresa. Estudando com o que eu tinha disponível, como bulas de remédios, ajudando os farmacêuticos a aferir pressão dos pacientes, buscando ser notado. A grande questão é que eu tinha muita força de vontade para crescer, apenas não me davam oportunidades.

Tudo começou a mudar quando, anos mais tarde, me convidaram para trabalhar em uma instituição financeira. Foi então que, já formado na faculdade de administração, vi a oportunidade de empreender em mãos. Sabia que ia fazer um investimento em um mercado recente e com poucos concorrentes. Como não tinha uma verba para investir inicialmente, pedi demissão e, com o dinheiro do acerto, comprei uma mesa, um computador e uma faixa.

No início, nem tudo deu certo. Com a crise nos Estados Unidos, tive um impacto negativo e, por não ter a experiência e planejamentos necessários, precisei fechar as lojas que tinha inaugurado até ali. Ver tudo dando errado e ter que demitir pessoas foi algo que me deixou arrasado, porque minha missão de vida sempre foi multiplicar, gerar emprego e fazer as pessoas prosperarem comigo.